sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA "O SERVIÇO DE ÁFRICA" DE BENTO XVI


A Igreja como uma sentinela
Na situação actual da África, a Igreja é chamada a fazer ouvir a voz de Cristo. A sua vontade é dar seguimento à recomendação de Jesus a Nicodemos, que se interrogava sobre a possibilidade de nascer de novo: « Vós tendes de nascer do alto » (Jo 3, 7). Os missionários propuseram aos africanos este novo nascimento « da água e do Espírito » (Jo 3, 5), uma Boa Notícia que toda a pessoa tem o direito de ouvir, para poder realizar plenamente a sua vocação. A Igreja na África vive desta herança; por causa de Cristo e fiel à sua lição de vida, ela sente-se impelida a estar presente nas situações onde a humanidade conhece o sofrimento e fazer-se eco do grito silencioso dos inocentes perseguidos ou dos povos cujos governantes, em nome de interesses pessoais, hipotecam o presente e o futuro. Com a sua capacidade de reconhecer o rosto de Cristo no da criança, do doente, do atribulado ou do necessitado, a Igreja contribui para forjar, lenta mas solidamente, a nova África. Na sua função profética, sempre que os povos lhe bradam: « Sentinela, quanto resta da noite? » (Is 21, 11), a Igreja quer estar pronta para dar razão da esperança que traz em si (cf. 1 Ped 3, 15), porque uma nova alvorada surge no horizonte (cf. Ap 22, 5). Só a recusa da desumanização do homem e da abdicação com medo da prova ou do martírio servirá a causa do Evangelho da verdade. « No mundo – diz Cristo –, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo » (Jo 16, 33). A paz autêntica vem de Cristo (cf. Jo 14, 27). Mas não é comparável à paz do mundo: não é fruto de negociações e de acordos diplomáticos fundados sobre interesses; é a paz da humanidade reconciliada consigo mesma em Deus, e cujo sacramento é a Igreja. nº 30

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