terça-feira, 20 de dezembro de 2011

EM TEMPOS DE NATAL...A OPÇÃO PREFERENCIAL PELOS MAIS POBRES

AQUI FICA O BELO TESTEMUNHO DO PE. SIMÃO VINDO DO BRASIL. EM TEMPOS EM QUE TEMOS DE FAZER OPÇÕES MISSIONÁRIAS: AQUI FICAM DOIS EXEMPLOS: OS PRESOS E OS TOXICODEPENDENTES.
Dois desafios que se colocam também a nós Espiritanos em Cabo Verde. O Beato João Paulo II, no ano 2000, apelava aos Religiosos a optarem pelas novas pobrezas, entre as quais apareciam estas duas.
Parabéns ao Pe. Simão por este excelente testemunho que nos pode abrir novos horizontes.
"Aqui no Brasil, além do trabalho na paróquia, exerço dois outros trabalhos pastorais:
- A Pastoral Carcerária no qual sou assessor diocesano. Trata-se de um trabalho em vários estabelecimentos prisionais da diocese. Consistes essencialmente em dar assistência espiritual e humanitária aos presos cuja situação é bastante desumana. Cada cadeia possui uma população de mais de mil presos, quase sempre distribuídos em numero de 16 a 18 em celas com capacidade para albergar 4 pessoas.
Eu e um grupo de leigos que me acompanham semanalmente aos presídios somos as únicas visitas para grande parte dos presos. Estes, para além da liberdade, estão privados de tudo o resto. Mas o que eles mais pedem é a nossa visita semanal. Todos querem um minuto de atenção para pedir e mandar notícias às famílias, - para agendar uma atendimento com o advogado, assistente social ou enfermeiro, - para reclamar os maus tratos que sofrem por parte dos agentes e a situação desumana das celas.
Todos me pedem a bênção e fazem questão que leia a bíblia com eles, que reze com eles impondo-lhes as mão e que lhes deixe beijar as minhas, que dizem serem ungidas.
Uns me chamam pastor, outros frei, e outros padre. Eu já nem faço mais questão de esclarecer que sou padre. Todos reconhecem na minha pessoa um homem de Deus; isso é o mais importante.
- A Pastoral da Sobriedade é um trabalho com os dependentes químicos (nome carrinhoso que usamos para referir aos “drogados” e “moqueiros”) e seus familiares.
Por indicação de alguém, o bispo responsável por essa pastoral, me convidou a fazer parte da equipa coordenadora desse trabalho a nível nacional.
Estamos trabalhando em 5 linhas de acções: na PREVENÇÃO ao uso de drogas; na INTERVENÇÃO junto a quem experimentou a droga, mas ainda não se tornou dependente dela; na RECUPERAÇÃO do dependente químico; na REINSERÇÃO FAMILIAR E SOCIAL do dependente em sobriedade; e na ATUAÇÃO POLÍTICA onde entendemos todas as formas de articulação e diálogo.
Desde o ano passado com ajuda do governo abrimos na paróquia uma casa para recuperação dos adolescentes viciados na droga. Contentando que a recuperação para adolescente é muito difícil, tenho empenhado mais na prevenção. Aqui é muito elevado o número de crianças e adolescentes que fazer uso da droga e do álcool".
Pe. Simão com um grupo de Toxicodependentes

Pe. Simão numa marcha de sensibilização

Pe. Simão no meio da massa

Eucaristia numa Cadeia

Pe. Simão no meio de presos
  
Pe. Simão numa cadeia                                                                                                                                                                                    






  O Pe. Simão é o Responsável e o Coordenador da Diocese onde trabalha pelo serviço de assistência religiosa às cadeias. Dizia-me ele que, com este trabalho se sente junto dos mais pobres. Aceitou este convite do Bispo pois no seu dizer aberto e franco, não houve nenhum sacerdote disponível para este trabalho porque não é remunerável. ..
Diz a nossa RVE nº 12: " dirigimo-nos de preferência aos oprimidos e mais desfavorecidos individual e colectivamente; assumimos tarefas para as quais a Igreja dificilmente encontra obreiros".

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