sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A VONTADE DE DEUS PARA CADA HOMEM


Desde sempre ouvi dizer que a juventude é a etapa mais bonita da vida. É nesta etapa que tomamos decisões que são para o futuro e procuramos descobrir a vontade de Deus para nós, se bem que isto se faz durante toda vida. O que complica as coisas é descobrir a “verdadeira vontade de Deus” para mim. Como todos os jovens desde da minha tenra idade tive o desejo de descobrir a vontade de Deus para mim. Na minha cabeça, como na cabeça de muitos, Deus tem um destino para mim e por isso tenho que descobrir e ter a certeza de qual é, pois caso contrário não serei feliz. Isto paralisa muitos jovens na descoberta da sua vocação. Pois, pensamos que Deus tem um programa feito para cada um de nós, guardado em algum lado, e nos só temos que descobrir e cumprir o programa como se a liberdade humana recebida do próprio Deus não contasse. Como diz Michel Rondet, num artigo “Dieu a-t-il sur chacun une volonté particulière”, por vezes parece que Deus nos meteu no meio de um cruzamento de várias direcções onde uma só é boa e temos que a descobrir sem ter meios que nos dão a certeza de qual será. Isto dá a imagem de um Deus “mau” pois poderia ao menos nos deixar meios para descobrimos e termos a certeza de qual é a nossa vocação.
Isso tudo que imaginamos de uma vontade de Deus para cada um, à qual estamos “condenados” e que a nossa resposta pouco importa, é falso. Por outro lado, isto não significa que Deus não tenha uma vontade para nós. Sim, Deus tem uma vontade para nós. A vontade de Deus para cada homem é que ele VIVA, isto é, que ele seja feliz vivendo en harmonia com Ele numa relação de amor recíprocro, onde Ele, Deus,  nos ama primeiro livremente mas quer, precisa da nossa resposta Pessoal de uma forma livre. A liberdade gera a liberdade, portanto a liberdade de Deus gera a liberdade humana. E por isso, devemos de uma forma livre escolher o caminho que nos leva até a Vida. Qualquer escolha que fizermos, desde que nos leve à VIDA e nos torne livres, ou seja, desde que ela introduza na minha vida uma coerência e sentido e que ela unifique o meu passado abrindo o meu futuro, ela se encontra com a vontade de Deus. Porém, é preciso discernir, i.e., entrar no mais profundo de nós mesmos para descobrir os efeitos que nos indicam o caminho que nos levam à felicidade e a amar mais. O discernimento não elimina as dificuldades que vêm com a nossa escolha de vida. Essas dificuldades até nos ajudam a crescer no nosso caminhar, a amar  Deus e o outro melhor ainda. O discernimento vai-nos ajudar a encontrar a nossa “rocha” sobre a qual nos devemos apoiar para ultrapassar as dificuldades e ser felizes pela vida. Discernir não é ter a certeza absoluta – que nunca temos – do caminho a seguir, mas sim encontrar a base necessária para se lançar em direcção da felicidade, confiando no amor de Deus que quer exactamente que sejamos felizes.
ELSON, VÁ

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