quarta-feira, 7 de março de 2012

EM JEITO DE REFLECÇÃO

No mês de Novembro do ano passado, demos destaque ao grande acontecimento que vai marcar a família espiritana em Cabo Verde: A Celebração das Bodas de Diamante da chegada dos Missionários do Espírito Santo, em Novembro de 2016. Até lá, partilharemos com os leitores, nesta página, alguns momentos relevantes que foram marcantes na renovação da nossa Igreja, nomeadamente nas Ilhas de Santiago e Maio, onde os Missionários do Espírito Santo desenvolveram o seu trabalho de evangelização e de promoção humana.
Recuemos, um pouco, no tempo e recordemos a situação do nosso país nos anos quarenta. Estamos em plena Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O mundo inteiro gemia face ao terror duma guerra que arrastava o planeta para o abismo. Cabo Verde, um país, desde sempre, economicamente frágil, viu-se mergulhado numa crise, sem precedentes, que marcara a nossa memória colectiva. O nosso povo, ainda hoje, se estremece quando se fala da “fome de 1947”, do desmoronamento da “Casa da Assistência” da Praia, acontecimentos esses que, mais tarde, abriram caminho para o “ Sul-a-Baixo” – São Tomé e Príncipe. Se em termos económicos a situação fora dramática, em relação à prática religiosa o cenário não era melhor, pois a descristianização era bem visível. Imagino como se sentiu o Sr. D. Faustino Moreira dos Santos, dias antes de viajar para Cabo Verde, quando, no Porto, ouviu da boca do Sr. Cónego Serpa Pinto que “Cabo Verde é uma desolação, um campo de ruínas, <ubi Troia fuit>”.
De facto, o novo Bispo “encontrou apenas 03 missionários” idosos e doentes, em todo o arquipélago. Assim sendo, o povo de Deus viva, quase, “como ovelha sem pastor”, conservando algumas tradições duma prática cristãs pouco esclarecida, numa mistura de crendices e superstições. Era essa a situação da vida cristã na altura. Mas, porquê tanta descristianização? Responderemos no próximo número.

P. João Baptista Frederico Barros,CSSp.

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